💵🌐 Os NPCs não sabem disso...
[YNvest] Como se proteger (e até se beneficiar) do sistema que está empobrecendo bilhões e enriquecendo alguns milhões de homens no planeta.
O sistema moderno é uma máquina sofisticada de exploração, no verdadeiro sentido marxista do termo, em que os explorados são todos os pagadores de impostos assalariados do mundo, e os exploradores são os “cantillonários”.
Recentemente, comecei a ler o livro clássico de Keynes (Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda) para entender um pouco dos aspectos intrínsecos da teoria que fundamenta as políticas macroeconômicas modernas e orienta os economistas ortodoxos que ocupam cargos públicos em Bancos Centrais e nos Tesouros Nacionais.
Logo no começo o tradutor brasileiro do livro apresenta alguns traços gerais e essenciais da teoria, do contexto de Keynes e do livro, e eu posso resumir a proposta até então da seguinte forma:
O capitalismo de livre-mercado sofre crises cíclicas intrínsecas que levam a recessões, com desemprego generalizado, falências generalizadas, etc.
Essas crises cíclicas são causadas por desequilíbrios inevitáveis nas decisões empreendedoras e de investimentos, distorcendo taxas de lucros, salários, etc.
Para evitar as recessões, o Estado tem que usar políticas monetárias para estimular a economia, gerenciando ela indiretamente por choques monetários.
Obviamente, os detalhes são mais complexos que isso.
O keynesianismo é conhecido por todo seu formalismo matemático e conceitual complexo, difícil para os leigos entenderem.
Talvez aí resida a mística keynesiana sobre todos os economistas.
As premissas e a conclusão prática proposta pelo apresentador do livro parecem estar em conformidade com o keynesianismo.
O que me chama a atenção é o receituário anti-crises keynesiano.
Consiste basicamente em criar dinheiro falso, gerar investimentos e empreendimentos falsos, com empregos falsos.
Tudo derivado daí é falso: os lucros, os salários e os retornos sobre os investimentos.
Eles chamam de “nominal” em anteposição ao suposto “real” (que “desconta” a “inflação”).
O receituário sofreu algumas modificações, mas o essencial continua valendo para a economia pós-moderna (ou pós-keynesiana).
A própria lógica de ter políticas monetárias e cambiais é keynesiana.
Então, pode-se dizer que toda a economia [política] pós-moderna, a despeito de parecer ter superado Keynes, na prática atua dentro do quadro keynesiano, que negou fundamentalmente o laissez-faire e os reajustes espontâneos dos preços, da produção, dos salários e dos níveis de emprego e juro.
Os NPCs não entendem como isso os afeta, e aí reside a miséria intelectual e financeira que persistirá ao longo de toda sua vida laboral no sistema.
Quem sabe disso pode ter alguma chance de se aproveitar do sistema, alguns que não sabem dão sorte e outros vão saber, mas nada vai mudar na vida deles.
Criação de dinheiro no mundo e o Efeito Cantillon
A explosão de criação de dinheiro no mundo pode ser verificada pelos dados fornecidos pelos próprios Bancos Centrais.
Essa é apenas uma forma simples de mensurar a real desvalorização da moeda (desvalorização intrínseca).
Basicamente, esse dinheiro começa a circular na economia por meio de empréstimos, subsídios e investimentos produtivos, gerando inicialmente novos negócios e novos empregos, aumentando salários e lucros, porém se trata de um estímulo artificial e não confirmado pela seleção no livre-mercado.
Por não ser confirmada pelo livre-mercado, a qualidade desses novos negócios, empregos e dos aumentos é altamente duvidosa e, no longo prazo, tende a ser acomodada pelo mercado com consequências não-intencionais (como aumento de preços, explosão de desigualdades e outras fragilidades estruturais).
Conforme o dinheiro novo se propaga pela economia, o dinheiro já existente perde valor em prol do dinheiro novo e dos detentores recentes do dinheiro novo.
Que benefícios isso têm?
Para dois grupos do sistema, isso é bem evidente.
A primeira ponta é dos recebedores iniciais desse dinheiro: o enriquecimento deles é financiado por “dinheiro de banco imobiliário”, sem que eles tenham que assumir custos ou riscos de uma possível falência ou dos prejuízos iniciais.
A emissão de mais dinheiro via crédito e subsídio anula o risco privado porque o recebedor privado do dinheiro, em última instância, apenas dá um calote, sendo que o garantidor (o governo) tira seus recursos de garantia dos pagadores de impostos (em sua maioria, assalariados).
Esses são os cantillonários, os beneficiários do Efeito Cantillon.
A segunda ponta beneficiária do esquema é o governo (e seus membros subsidiados, os burocratas), que aumenta a arrecadação com esse dinheiro falso circulando na economia sem ter que tomar a medida impopular de criar ou aumentar impostos diretos.
Esse é um verdadeiro conluio entre oligarcas e burocratas.
O lado prejudicado nesse sistema é o assalariado pagador de impostos que sente o poder de compra de seu salário ficar estagnado ou até menor diante do aumento de preços dos bens, serviços e ativos, ao mesmo tempo em que paga cada vez mais impostos (alíquotas percentuais em cima de valores nominais).
Uma forma simples de entender isso é comparar a renda média brasileira em dólar para perceber como a renda está estagnada em termos de poder de compra intrínseco:
Numbers go up e Mercados Especulativos
Além disso, esse sistema traz dois efeitos interessantes.
Na mídia NPC, a inflação é tratada como sinônimo de IPCA (ou CPI nos EUA), que é um índice que mede a variação de preços de bens e serviços de consumo (comida, roupas, transporte, etc.), coisas do dia a dia da maioria.
Todo país tem seu “IPCA”.
A inflação é considerada ruim quando ela é muito alta nesses índices.
Entretando, mesmo com os governos nos últimos 15 anos batendo recordes em emissão de dinheiro, o IPCA e o CPI parecem estar relativamente “sob controle”.
Desde 2000, a inflação média (CPI) nos EUA, por exemplo, tem sido de 2,5% a.a.
Por outro lado, a expansão monetária, medida em M2, foi de 17% a.a.
Algo semelhante ocorre em todos os países: oferta de dinheiro (M2) aumentando à taxas imensas anualmente, enquanto a inflação, medida por índices de preços ao consumidor, está relativamente sob controle.
Onde está indo parar a inflação que essa montanha de dinheiro novo deveria criar?
Não é nos bens e serviços de consumo diários, é nos bens duráveis (em casos de países subdesenvolvidos como o Brasil), mas sobretudo nos ativos financeiros e não-financeiros.
Em grande medida, a inflação imobiliária, de automóveis e dos ativos financeiros (sobretudo norte-americanos) e das criptomoedas é fruto dessa expansão monetária:
O efeito numbers go up é o efeito numérico (e relativamente real) de que o preço dos ativos continuam aumentando.
Isso inclui imóveis, Bitcoin e ações da NASDAQ.
Em alguns contextos, até mesmo ativos puramente especulativos vão sofrer aumentos de preço, como foi o caso do mercado cripto inteiro durante o choque monetário do Coronacrash:
O NGU System (Numbers Go Up) é bom para detentores prévios de ativos e ruim para os não-detentores.
É como um grande esquema de pirâmide, transferindo o dinheiro (ou melhor, poder de compra) da maioria para uma minoria.
Por isso dizemos que os “nocoiners” serão obliterados financeiramente.
Porém, os despossuídos de baixíssima renda vão ter uma condição cada vez mais delicada. Na realidade, já estão tendo.
Suas rendas decrescem ou ficam estagnadas diante de um custo de vida cada vez maior. Sem desenvolvimento real das forças produtivas, que é o que ocorre no Brasil, a vida fica cada vez mais restritiva.
O trabalhador médio tem dificuldades cada vez maiores para ter um carro, uma casa e para sustentar uma família (já é virtualmente impossível).
Os microapartamentos (apartamentos minúsculos), o excesso de crédito ao consumidor (celular parcelado em 36x) e o fenômeno da “adolescência tardia” (jovens de vinte e poucos ainda morando com os pais) são alguns exemplos práticos do estrangulamento das condições materiais de existência no B0stil.
Por outro lado, os que têm boa renda ou uma renda desindexada (que cresce acima do IPCA), conseguem comprar mais ativos, ficando desproporcionalmente mais ricos, se beneficiando do NGU e postergando a própria perda de valor patrimonial e financeiro.
Isso aumenta a desigualdade e a lacuna que separa a minoria do topo da maioria.
O outro efeito disso é a explosão dos mercados especulativos (e do capital especulativo).
São formas mais eficientes e eficazes de extrair mais do dinheiro novo emitido na economia, sem os riscos associados.
Neste contexto, emergem os “magos do mercado”, que nada mais são do que indivíduos que conseguiram se profissionalizar em extrair mais dos mercados irracionais.
Contei a história e os traços gerais do estilo de dois desses “magos” nesse texto:
Como se proteger e como se beneficiar
Bom, o primeiro passo é cuidar da sua renda.
Eu defendo que ser autônomo/empresário no Brasil é superior a ser CLT, pois o CLT está dentro do quadro normativo perfeito para ser o “servo” do sistema: salários fixos, jornadas fixas, impossível de compensar a diluição do poder de compra do salário com mais esforço e estratégia.
O segundo passo é acumular e proteger uma riqueza real que não possa ser desvalorizada pela atuação inflacionária do sistema financeiro e monetário mundial e nem possa ser confiscada pela atuação exploratória (via impostos) dos governos.
As ações da NASDAQ até te protegem da atuação inflacionária (na verdade, são beneficiárias do sistema), mas não te protegem da atuação exploratória do Estado.
O Brasil agora tributa investimentos no exterior e os Estados Unidos já confiscam parte dos dividendos.
Além disso, o Brasil aumentou o Imposto sobre Operação Financeira (IOF), o que restringe ainda mais o acesso a proteção internacional da riqueza.
Por isso, a melhor forma de preservar o patrimônio nesse cenário continua sendo o BTC em autocustódia, preferencialmente sem KYC.
Por fim, a melhor forma de se beneficiar do sistema é se profissionalizar como os magos do mercado financeiro, aumentando a eficiência em extrair mais do dinheiro falso que circula nos mercados financeiros.
Esse meu texto é um bom começo para isso.
Também estou lançando as novas aulas do módulo de derivativos no treinamento de Bitcoin, você pode aprender a
Criar sua wallet do começo ao fim para HOLD de longuíssimo prazo;
Comprar de diversas formas (com e sem KYC), reduzindo custos com taxas;
Operar derivativos.
Até então, eu só publiquei aulas sobre técnicas e estratégias com futuros perpétuos, mas logo mais adicionarei aulas sobre opções.
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Os números sempre vão aumentar (NGU System), e você pode ficar mais pobre ou mais rico, tudo depende de qual é a sua posição e do que você está fazendo no sistema.
Um forte abraço e até mais.
Excelente texto.
Só um adendo: jovens de 30 e poucos anos não conseguem sair de casa ainda.